sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Caboclinhos recebe título de Patrimônio Cultural Imaterial

A dança, a música e a devoção religiosa que marcam a manifestação cultural dos Caboclinhos ganhou destaque no início da tarde desta quinta-feira (22), na Praça da República, em Recife (PE). A entrega do título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil aos Caboclinhos ocorreu em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, com a presença do ministro da Cultura, Roberto Freire, e do governador de Pernambuco, Paulo Câmara. A superintendente do Iphan em Pernambuco, Renata Borba, e a chefe da representação do MinC no Nordeste, Maria do Céu, também participaram da cerimônia.
O presidente da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco, Erivaldo Francisco de Oliveira, recebeu o título em nome dos demais Caboclinhos e comemorou o reconhecimento oficial pelo Iphan. “A gente agradece muito o Governo Federal e do estado por acreditar que a nossa manifestação é tão relevante para a cultura do País. Isso deixa os Caboclinhos orgulhosos, enriquecendo nossa tradição”.
Para o ministro, o ato vem da capacidade do povo pernambucano em afirmar a vitalidade cultural local.  “A concretização do reconhecimento deste patrimônio imaterial brasileiro vai além da atuação de nós, gestores, como força política de Pernambuco para alcançar este resultado. Ele é aqui observado a partir de bases concretas, que é a capacidade de sermos criadores da cultura, da identidade nacional”, declarou Freire, em discurso.
A superintendente do Iphan em Pernambuco destacou o protagonismo do estado, citando a relevância da atuação do instituto. “Dos 40 bens registrados no patrimônio imaterial brasileiro, nove são de Pernambuco. Isso potencializa nossa responsabilidade no processo de salvaguarda”, afirmou Renata Borba. O governador Paulo Câmara também frisou a importância da valorização da cultura local: “Esse conjunto de ações que realizamos hoje representam a priorização que o Governo do Estado busca dar para a nossa cultura, mesmo diante de tantos desafios. A cultura faz parte do nosso esforço de levá-la a cada lugar de Pernambuco e fazer com que as pessoas tenham condição de viver da sua arte”. “É importante continuarmos com esse foco de reconhecimento. É dessa forma que vamos consolidar a identidade e cultura do nosso povo, além de fazer com que ela seja difundida”, concluiu.
Na cerimônia, também ocorreu a diplomação dos seis novos Patrimônios Vivos de Pernambuco e a sanção, pelo governador Paulo Câmara, da lei que aumenta a quantidade de contemplados de três para seis por ano. Os diplomados de 2016 como patrimônios vivos foram o cantor Claudionor Germano; o mestre João Elias Espíndola (de Poção); José Lopes da Silva (Mestre Zé Lopes, de Glória do Goitá); José Rufino da Costa Neto (Dedé Monteiro); o Clube Carnavalesco Seu Malaquias, representado pelo presidente Claudio Oliveira; e a Sociedade Musical 15 de Novembro, representada pelo presidente Almir Silva.
Ainda foram lançados os editais de dois prêmios locais: o 2º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural e o 2º Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia. As autoridades prestigiaram apresentações dos grupos populares de caboclinhos Tribo Taquaraci do Recife, Tribo Tupã, Caboclinho Oxossi pena Branca, Caboclinho União Sete Flexas de Goiana, Caboclinho Caetés de Goiana e Caboclinho Sete Flexas do Recife.
CABOCLINHOS: No dia 24 de novembro, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, por unanimidade, concedeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil ao Caboclos, ou Caboclinhos, performance artística que reúne elementos de dança e música, apresentando narrativas de guerreiros e heróis. 
A manifestação é típica da Região Metropolitana de Recife e da Zona da Mata Norte de Pernambuco e é conhecida principalmente por sua presença marcante no carnaval. A prática, existente desde o final do século XIX, manifesta forte influência religiosa afro-indígena-brasileira, ancorada no culto a Jurema, com entidades espirituais denominadas Caboclos. Os instrumentos musicais são outra singularidade da expressão cultural, sendo o Caracaxá e a Preaca, por exemplo, exclusivos dos Caboclinhos. (Por Lara Aliano / Assessoria de Comunicação – MINC)

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